CARE 56

Da lei de justiça, amor e caridade

A CARIDADE

Sendo esta, a última das Leis Morais elencadas pelos Espíritos sob a maestria pedagógica de Allan Kardec, trazemos à baila singelas reflexões sobre a Caridade, com o objetivo luminoso de acrescentar pequenos bálsamos nos entraves de nossa redenção.

Na questão 886 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec tece bela pergunta: “Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus? Os Instrutores espirituais vão dizer no comando da orquestra Universal sob as ordens de Deus: “Benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas.”

Interessante que muito falamos nas matérias anteriores da Lei de Justiça, dando ênfase na última, do direito de viver. Assim também podemos acrescentar o direito de ser amado, afinal, exercício da fraternidade, tanto de um lado como do outro. Quando assim procedemos, estamos exercendo a Caridade – a maior delas, desenvolvendo em nós o campo moral e, consequentemente, atendendo ao maior dos mandamentos (resumo da Lei e dos profetas): “Amar a Deus e ao próximo”, (Mt, 22: 37-40), ou viver como irmãos que realmente somos e exercitando fidelidade ao Pai. Afinal, o que pode agradar mais ao Pai, senão que amem ao seu filho?

Nesta assertiva, vamos perceber que estaremos cumprindo a base da Lei, que é, “Fazer ao outro o que quereis que se vos faça” (Mt, 7:12). Percebemos assim, numa metáfora, a beleza das Leis Divinas, que liga como o pólen de uma flor ao filamento central que lhe produzem o perfume, osmóforo ou sépala, permitindo, ao mesmo tempo, que o perfume do amor de Deus inunde todos os corações, perfumando a Vida.

Percebemos assim, que a orientação de Jesus vai muito além de uma esmola, que abrange todos os corações, independente de etnia ou condição social, porque todos necessitamos e estamos carentes, neste revolucionar das entranhas das criaturas, rumo à regeneração, de manter acesa a chama da esperança e a confiança em Deus.

Afinal, o amor e a misericórdia de Deus são infinitos, tanto para o homem nobre como para o homem revel, porque é da Lei a transitoriedade da vida material. “Só não passarão, as palavras de Deus.” (Mc, 13: 24-32 ).

Geraldo Sebastião Soares

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