CARE 75

Bases

“Disse-lhe Pedro: Nunca me lavarás os pés. Respondeu-lhe Jesus: Se eu não te lavar, não tens parte comigo.” [1]

Importante momento em nossas vidas, quando refletimos sobre a importância de estar com as bases limpas; os pés são nossas bases, sobre eles nos apoiamos e estes nos levam em todas as direções. Se buscarmos o livro “Pelos Caminhos de Jesus”, Amélia Rodrigues vai trazer-nos várias reflexões de caminhos logo no prefácio, mas, para citar apenas alguns, diz-nos: “(…) A vida, em si mesma, é um caminho que cada criatura percorre na experiência existencial com êxito ou fracasso, conforme a opção feita. Os insensatos mudam de trilha conforme a variedade das sensações consumidoras a que se entregam. Os egoístas elegem as vias solitárias nas quais se perturbam após longa marcha. (…) Os lidadores do bem seguem os caminhos da esperança e se iluminam (…) ninguém, no entanto, que siga pelos caminhos de Jesus deixará de alcançar a meta que persegue: a felicidade integral. (…)” [2]

Chama-nos atenção este texto parcial, porque nos leva a meditar sobre esta questão proposta das “bases”, porque, na medida em que nos permitimos lavar as bases pelos ensinamentos de Jesus, automaticamente nossas escolhas serão mais sensatas e coerentes com o fim para o qual fomos criados. Neste simbolismo maravilhoso que Jesus nos trouxe ao lavar os pés dos apóstolos, insculpe-nos no coração, além da humildade plena, também a importância de estarmos constantemente vigilantes e em sintonia com os seus ensinamentos, porque são palavras e ensinos de “Vida Eterna”.

Estes ensinamentos, que antecediam sua prisão e cruz, preparavam o coração dos apóstolos para a continuidade da vida física em sua ausência, com a responsabilidade de vivenciar seus ensinamentos e transbordá-los para a humanidade. Para fortalecê-los em definitivo, traria, ao amanhecer do domingo seguinte, a melhor notícia que a humanidade poderia ter, de forma inquestionável, que foi a imortalidade da alma, demonstrando que a vida continua estuante além do túmulo.

Não podemos deixar de citar, ao concluir estas breves reflexões, as palavras luminosas e acolhedoras do benfeitor Emmanuel, quando, falando sobre “bases”, nos diz: “(…) Então, como o apóstolo de Cafarnaum, experimenta novas responsabilidades no caminho e, desejando corresponder à expectativa divina, roga a Jesus lhe lave, não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça,” demonstrando assim este valoroso expoente do cristianismo nascente a disposição de estar com Jesus, de ter em si a parte de que Jesus falava, a ponto de se doar sob as bênçãos do Senhor, ontem e hoje, pelos caminhos do progresso que levarão certamente a humanidade à Vida Plena, com Deus, sempre! [3]

Referências bibliográficas:

[1] João 13:8

[2] “Pelos Caminhos de Jesus”, Amélia Rodrigues, prefácio

[3] “Caminho, Verdade e Vida”, Emmanuel, capítulo 5

Geraldo Sebastião Soares

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