Gratidão a Allan Kardec
“Hoje, quando o homem alunissa com facilidade e as suas bólides espaciais saem da Terra e do Sistema Solar para tentar compreender e interpretar as origens da Vida, a Codificação Espírita permanece inamovível, num todo granítico, iluminando o pensamento e explicando a causalidade da vida e a realidade do homem” (Vianna de Carvalho, Reflexões Espíritas, cap. 1).
Quando Allan Kardec codifica O Evangelho Segundo o Espiritismo, a terceira obra da codificação espírita, muitos de nós equivocadamente pensamos que o Espiritismo teria seu próprio Evangelho. Hoje entendemos que essa obra veio esclarecer o Evangelho de Jesus, aclarando suas mensagens. Desde a introdução, Kardec enfatiza ser um “código de moral universal, sem distinção de culto”. O codificador também destaca que “muitos pontos do Evangelho, da Bíblia e dos autores sagrados em geral não são inteligíveis, muitos mesmo não parecem racionais, pela falta de uma chave para compreender-lhes o verdadeiro sentido; esta chave está inteiramente no Espiritismo, como já se convenceram aqueles que o estudaram seriamente, e como ainda o reconhecerão melhor mais tarde”.
Quando nos dedicamos a esse estudo sério, de forma metodizada, passamos a compreender as mensagens de Jesus em sua profundidade. Percebemos que Jesus trouxe as grandes informações necessárias para nosso caminhar, tais como: “Meu reino não é deste mundo” (João, 18:36); “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo” (João, 3:3); e “Há muitas moradas na casa de meu Pai” (João, 14:2), entre tantas outras.
Entendemos, então, que o “segundo” o Espiritismo não é senão “conforme” ou “de acordo com”, e que o Evangelho de Deus, trazido e vivenciado por Jesus, são as Leis de Deus, que, uma vez inscritas na consciência (O Livro dos Espíritos, q. 621), iluminam o pensamento. Com isso, compreendemos a imortalidade da alma e a misericórdia divina, que nos concede a reencarnação como oportunidade de recomeçar e refazer caminhos.
O Espiritismo esclarece os ensinamentos de Jesus, mostrando-nos que somos seres imortais a caminho da perfeição, portadores de uma só vida que nos levará, certamente, à felicidade. As reencarnações são estações para nos ajustarmos com a Lei de Deus, que, em outras oportunidades, desconsideramos. Nessas estações, por meio do esforço e da vontade (O Livro dos Espíritos, q. 909), vamos nos iluminando e, consequentemente, dissipando as sombras de nossos pensamentos, possibilitando-nos caminhar de forma mais célere e com maior segurança, sempre com Jesus, nosso guia e modelo (O Livro dos Espíritos, q. 625).
Gratidão, portanto, ao ilustre codificador, que, amorosamente, enfrentando todas as dificuldades, nos legou um imensurável tesouro, como um farol em noite tempestuosa de renovação.
Geraldo Sebastião Soares
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