CARE 65

Educação

Inserida no Plano de Trabalho da FEB para o Movimento Espírita Brasileiro, período 2023-2027, nos move de tal forma a profunda reflexão, dada a importância do tema. Podemos meditar sobre esse amplo tema como se observássemos um vasto jardim. Cuidando das plantas com zelo e atenção, gradualmente veremos algumas flores desabrochando, enquanto outras se abrem e exalam perfumes em diferentes intensidades. Essa metáfora é reconfortante, pois reflete o que observamos na humanidade: todos somos como flores abençoadas por Deus, encantadas pelo Seu Amor, mas em momentos diversos e, em alguns casos, algumas teimam em não desabrochar, apesar dos cuidados de Nosso Pai.

Seguindo nessa linha de meditação, sentimos a precisão desse raciocínio ao observar a questão 914 de “O Livro dos Espíritos”. Allan Kardec, com maestria de pesquisador, se dirige aos Espíritos do Senhor e pergunta: “Fundando-se o egoísmo no sentimento do interesse pessoal, bem difícil parece extirpá-lo inteiramente do coração humano. Chegar-se-á a consegui-lo?”.  E os Espíritos respondem: “À medida que os homens se instruem acerca das coisas espirituais, menos valor dão às coisas materiais. Depois, necessário é que se reformem as instituições humanas que o entretêm e excitam. Isso depende da educação.” E o comentário de Kardec na questão 685-a, que se torna importante, tão importante, que temos a impressão de ser a mesma pergunta, que nos diz o codificador: (…) não a educação intelectual, mas a educação moral (…) à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Caro leitor, começamos falando sobre jardins, flores e natureza. No entanto, devemos lembrar que esses elementos estão em um nível diferente de evolução, no reino vegetal, onde o heliotropismo os direciona para a busca da luz solar em prol de sua sobrevivência, e nós, seres humanos, estamos em uma fase diferente. Dispomos do grande ingrediente chamado livre-arbítrio e vontade, uma vez que não nos faltam os cuidados do Celestial Jardineiro, Jesus.

Portanto, apreciamos as metáforas, mas não devemos negligenciar os ensinamentos profundos que elas carregam. O Evangelho de Jesus (João 8:32) nos diz: “Conhecereis a Verdade, e a Verdade vos libertará”, e a Doutrina Espírita nos revela isso de maneira magistral em “O Livro dos Espíritos”. Podemos citar a questão 132 (parcialmente), que nos apresenta o propósito da encarnação: “(…) Chegar à perfeição (…)” e “suportar a parte que lhe toca na obra da criação(..)”. Em termos simples, isso significa permitir que hábitos saudáveis e iluminados floresçam, de modo que, como pirilampos, possamos iluminar o nosso próprio caminho e o daqueles que caminham conosco. Para concluir nossa reflexão, é importante citar Emmanuel, no livro “O Consolador” (questão 110), que afirma: “A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve receber as bases do sentimento e do caráter. Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo, podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão, mas somente o lar pode edificar o homem.”.

Geraldo Sebastião Soares

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