O sermão da montanha – reflexões
Denominado pelo Espírito Amélia Rodrigues “O Excelso Canto” ou o “Cantor e a Canção”, narrado pelo evangelista Mateus, em seu capítulo 5, traz-nos generosas e maravilhosas reflexões.
Quando o Evangelista inicia a narrativa, vai dizer: “Jesus, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo…”
Nesse pequeno trecho, podemos meditar em algo especial; Jesus, vendo a multidão, sobe a um monte. Ele viera, ao vale de sofrimento, planeta de provas e expiações, por amor; conviveu conosco, sofrendo as agruras inerentes às regiões de sofrimento, na busca amorosa de nos resgatar para o alto. Quando sobe ao monte, está nos demonstrando o Mestre que, apesar de estarmos numa escala de evolução complexa, sofrida, nossa meta deve ser o monte, ou seja, a elevação, a evolução. Muito interessante quando meditamos nesta linha de pensamento, porque vamos lembrar que Joanna de Ângelis vai nos dizer que quando visitamos enfermos, nos sentimos muito bem, ou seja, vamos levar consolo e, em geral, saímos consolados. Nos diz a mentora, que neste momento, acionamos dentro de nós, o sentimento da piedade e, assim, elevamos nosso padrão vibratório, conseguindo conectar com esferas do Cristo. Nesse instante, Benfeitores Amigos atuam em socorro, tanto do doente acamado como de nós outros, necessitados de reequilíbrio. Ainda nesta linha de pensamento, vamos encontrar na apostila do EADE (Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita), módulo II, roteiro I, editada pela FEB: “a subida ao monte indica esforço, capacitação, saber colocar-se acima, isto é, com humildade e adequação”.
Já, no ato de assentar-se, o Mestre promove o necessário ajuste vibracional para que ocorra uma melhor e efetiva possibilidade de atender à grande massa que se eleva, pelos fios da fé e da esperança, estabelecendo-se, então, vigoroso processo de sintonia. Esse fio da fé e da esperança, podemos entender o mesmo sentimento de piedade citado, que possibilita a conexão com as esferas Angelicais, considerando a elevação do padrão vibratório da multidão sofrida.
“E, abrindo a boca os ensinava”. Numa breve reflexão, lembramos que Jesus é o médium de Deus. (Jo, 14:10) “Não crês tu que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo de mim mesmo, mas o Pai, que está em mim, é quem faz as obras.”;
Ele é o Verbo de Deus (Jo, 1:14) que se materializa, por amor a todos nós. A mensagem é de Deus, Ele o veículo de Luz.
Vemos assim, que Jesus traz aos nossos corações a importante mensagem de que as alegrias passam, passam também as dores; que é fundamental a fé e esperança que nos possibilitam manter uma sintonia elevada e, em consequência, a conexão com Ele.
Repensar Jesus, eis o grande desafio da humanidade. Neste momento em que se torna imprescindível o autoconhecimento, o autoamor para que, amando-nos, transbordemos este amor em torno de nós e percebamos o monte e Sua figura majestosa, que nos aguarda… há milênios!
Geraldo Sebastião Soares
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